Caruaru

5 curiosidades sobre o Mestre Vitalino

1- Vitalino iniciou sua arte com apenas 6 anos. 

Filho de lavradores, iniciou-se com apenas 6 anos (1915) na arte do artesanato de barro. Como toda criança fazia bichinhos – boi, cavalo, bode – com as sobras do barro usadas por sua mãe que era louceira, designação dadas às mulheres que faziam utensílios domésticos de barro. Chamava a esta produção de loiça de brincadeira. Vitalino passou da loiça de brincadeira para as cerâmica figurativa com a peça Caçador de onça: um gato maracajá trepado numa árvore, acuado por um cachorro e o caçador fazendo pontaria, que foi vendida na Feira de Caruaru.




2-  Vitalino tinha uma banda musical

Mestre Vitalino e a Zabumba de Mestre Vicente [foto autoria desconhecida]
Sim,  o mestre do barro, também dono de um grande talento musical, aprendeu a tocar pífano (espécie de flauta sem claves e com 7 furos) e com apenas 15 anos montou sua própria banda, a Zabumba Vitalino.

“Eu aprendi tocar pela cadência, tirando tudo do juízo”

Mestre Vitalino

 

3- O maior centro de artes figurativas das Américas!  

Foto 1 – Vitalino em Caruaru/1960 – Acervo Fundaj

Conforme afirma o último discípulo do Mestre Vitalino em atividade, Mestre Luiz Antonio, Vitalino sempre dizia na feira de Caruaru:

 

“A arte é para todos! ” –  Mestre Vitalino





Além de Luiz Antonio, Vitalino deixou cerca de 15 discípulos, entre eles Manuel e Severino Vitalino e seus netos. Hoje o Alto do Moura conta com cerca de 700 artesões do barro trabalhando. Sendo  hoje um dos mais importantes locais do mundo em arte figurativa em barro.

4- Vitalino tem peças expostas no maior museu do mundo, em Paris. 

Sua arte expressionista, com os hábitos e costumes do nordestino representados no barro, rompeu os limites da Feira de Caruaru para o mundo. Em 1945, através do artista plástico Augusto Rodrigues, que organiza, no Rio de Janeiro a primeira exposição de cerâmica Pernambucana. E em 1955, ele expõe na Suíça, quando sua obra começa a ganhar o mundo.  Parte de sua obra pode ser contemplada no Museu do Louvre,  que é o maior museu de arte do mundo e abriga o quadro original de Monalisa, além de ser um monumento histórico em Paris, França.

No Brasil, a maior parte está nos museus Casa do Pontal e Chácara do Céu, Rio de Janeiro; Acervo Museológico da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife; e no Alto do Moura.

5- Vitalino morreu sem apoio do poder público. 

Morreu pobre, esquecido e sem auxílio do Estado, vítima de varíola, no dia 20 de janeiro de 1963.




Após sua morte foi inaugurada, no Alto do Moura, a Casa Museu Mestre Vitalino, onde estão expostas as suas principais peças. Sua produção é estimada em cerca de 130 peças, que são cuidadosamente reproduzidas pela família. Hoje os seus trabalhos mais valorizados são os da primeira fase de sua obra, em especial aqueles em que os olhos do bonecos são vazados e não pintados. Os seus filhos, netos e bisnetos continuam o seu trabalho até hoje.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *